6 de novembro de 2010

TEORIA DA LOUCURA

"essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura" C. Bukowski

De acordo com o dicionário de língua portuguesa, a loucura pode ser definida como “distúrbio ou alteração mental caracterizada pelo afastamento mais ou menos prolongado do indivíduo de seus métodos habituais de pensar, sentir e agir”.
O “ser louco” faz parte de toda uma discussão que abrange algumas ciências. Para a Filosofia esta condição depende da sociedade em que se vive, do momento histórico e da cultura vigente. O que é “loucura” no Brasil, por exemplo, pode não ser numa cultura completamente diferente como nas tribos africanas.
No âmbito jurídico a insanidade mental acarreta na aplicação da lei de modo diferenciado, pois se pressupõe que a relação com a lei, estabelecida pelo “louco”, não é a mesma que a estabelecida pela pessoa “normal”. Assim as sanções devem ser aplicadas considerando-se esses aspectos. (afinal todos sonos louco, nenhum ser é normal suficiente para receber a classificação de normal, ninguém esta dentro das normas de perfeição.)
Para a medicina, mais especificamente a psiquiatria, a loucura é resultante de alguma doença mental. Nessa visão fica implícito que há o normal e o patológico como campos distintos, sendo que cada estado tem suas determinadas características. A loucura para essa ciência é diagnosticada por profissionais da área. O tratamento está baseado na supressão dos sintomas e na contenção do paciente que se encontra em surto.
De modo distinto à Medicina, para a Psicanálise a “loucura” não parte do pressuposto da divisão entre o normal e o patológico. Freud psicanalista, afirma que a loucura faz parte de cada um de nós e está de certa maneira no inconsciente e os “loucos” são aqueles que não resistiram a uma luta que é uma constante à todos nós na relação com o que é inconsciente. ( A luta de uma vida perfeita acaba que alguns indivíduos não aguentem a pressão externa dessa vida e acabam explodindo “ficando loucos”, se tornando uma fuga)
Jacques Lacan, outro psicanalista bastante influente, considera: "Longe de ser a loucura o fato contingente das fragilidades de um organismo, ela é a virtualidade permanente de uma falha aberta na sua essência. Longe de ser para liberdade 'um insulto', ela é sua mais fiel companheira, ele segue seu movimento como uma sombra. E o ser do homem não pode ser compreendido sem sua loucura, assim como não seria o ser do homem se não trouxesse em si a loucura como limite de sua liberdade."
Finalizando, para a Psicanálise, o que se chama de loucura, o delírio, as alucinações, são elementos que são bastante valorizados para o trabalho. Assim, eles não devem ser eliminados ou suprimidos, mas sim integrados no trabalho, pois podem ser considerados como uma tentativa de cura, já que expressam a subjetividade.
Para a sociedade em geral, acredito que não basta afastar os “loucos” excluindo-os do trabalho, da escola e, principalmente, da convivência familiar. A loucura sempre fez e fará parte da vida humana, sendo uma propriedade desta. Não há quem se diga normal, se diz este esta extremamente enganados, pois todos somos loucos!

27 de outubro de 2010

ANTOLOGIA

Para te amar
Necessito de uma razão
E é difícil acreditar
Que não exista mais uma
Que este amor

Sobra tanto
Dentro deste coração
E apesar do que dizem
Que os anos são sábios
Mesmo assim se sente a dor

Porque todo tempo
Que passei junto a você
Deixou um tecido
Seu fio aqui dentro de mim

E aprendi a removê-lo
Do tempo os Segundos
Você me ensinou a ver o céu ainda mais profundo
Junto a você
Creio que engordei mais de três quilos
Com teus tantos beijos doces
Desenvolveu meu sentido de olfato
E foi por ti que aprendi a querer os gatos
Desprendestes do cimento meus sapatos
Para os dois fugirem voando rapido

Mas esqueceu uma instrução no final
Porque não sei como viver sem teu amor

E descobri o que significa uma rosa
E me ensinou a dizer mentiras perdoaveis
Para poder te ver nas horas não adequadas
E aprendi substituir palavras por olhares

E foi por ti que escrevi mais de cem canções
E até perdoei seus erros
E conheci mais de mil formas de beijar
E foi por ti que descobri

O que é amar
O que é amar
O que é amar
O que é amar
O que é amar
O que é amar


Shakira

8 de outubro de 2010

MULTILADOS

Nós não cabemos nesses caixotes! Nesses mesmos, que nos forçamos a entrar.
Somos fatiadores, educados desde sempre para mutilar, auto-mutilar e sermos mutilados. Assim funciona a máquina, nos dizendo o que devemos cortar em nós mesmos e nos outros. E somos bons nisso!!
Cortamos aquilo que os outros não podem ver, não podem ouvir... Aquilo que não podemos dizer. Nos cortamos!
Pedaços que não cabem, não produzem, e que não levam pra lugar nenhum. Somos convencidos pelo medo da "existencia ameaçada", de que precisamos nos valorizar mais, para assim como um terreno, podermos nos vender. E para sermos valorizados precisamos estar nos conformes, então, com uma precisão incrivel, vamos lá e "ploft" cortamos o que não tá no contexto.
Se cortar virou mais que um dever, uma necessidade, que embora horrenda, é cultuada como arte!! E no contexto da flexibilidade, vem o fio da lâmina, "você é radical demais", "você precisa ser mais normal", "desse jeito você não vai a lugar nenhum", "você precisa ser mais..." "você não pode ser assim"
Pois é... precisamos antes de qualquer outra coisa "ser mais", mas não ser mais qualquer outra coisa.

Dá pra entender???

Só que a gente fracassa! E esse foi o maior fracasso da humanidade: mutilar-se!
Sim, nós nos retalhamos, e assim também produzimos sempre o mesmo tipo de reação: Homens encaixotados, cortados e furiosos! Mulheres, encaixotadas, cortadas e revoltadas!!
E temos em nós cada gota de revolta, contra essa grande faca que NÓS mesmos passamos na gente! Nós fazemos, reproduzimos... e logicamente, cabe a nós dar um fim.
É uma faca cega, surda e muda. Nos diz que nossos pensamentos não valem nada. Que não estamos do "jeito certo". Essa faca surda, sem alteridade... retalhou nosso tempo, nossas relações, nosso mundo.
MEU MUNDO, MEU CORPO, MEUS PENSAMENTOS, MEUS SENTIMENTOS!!
E ela só existe porque afiamos ela todos os dias, nas palavras, no pensar, ou no não pensar, ou pensar desse jeito, condicionado, ensinado a ser mutilador.

NÓS A REPRODUZIMOS NOS OUTROS!


Um brinde então! À resistencia de cada um de nós, daqueles que fogem, que se entristecem, que lutam e que morrem... ou àqueles que suportam, e vivem como loucos! À resistencia do corpo que grita contra a indiferença de si mesmo. Que grita destruindo tudo por dentro do "eu" que se desconhece.

É uma questão de escolha de vida, infelizmente a maioria escolhe a opção errado (comum)por fracaso como eu.. Um dia espero me rebelar.. não que isso adiantará!

13 de setembro de 2010

CORDAS ROMPIDAS

Deixe-me abraçá-lo
Pela última vez
É a última chance de sentir de novo
Mas você me machucou
Agora eu não posso sentir nada

Quando eu te amo
Isso é tão falso
Eu não consigo nem convencer a mim mesmo

Quando estou falando
É a voz de outra pessoa

isso me deixa pra baixo
Eu tento continuar em frente, mas isso dói muito
Eu tento perdoar, mas isso não é suficiente
Para tornar tudo ok


Você não pode tocar em cordas rompidas
Você não pode sentir coisa alguma
Que seu coração não queira sentir

Eu não posso te dizer uma coisa que não é real

a verdade dói
E mentiras mais ainda

Como eu posso te dar algo mais ?
Quando eu te amo um pouco menos do que antes

o que estamos fazendo?
Estamos nos transformando em pó
Brincando de casinha em ruínas de nós

Correndo de volta para o fogo
Quando não há mais nada para salvar
É como perseguir o último trem
Quando é tarde demais
Tarde demais

isso me deixa pra baixo
Eu tento continuar em frente, mas isso dói muito
Eu tento perdoar, mas isso não é suficiente
Para tornar tudo bem

Você não pode brincar com laços rompidos
Você não pode sentir coisa alguma
Que seu coração não queira sentir
Eu não posso te dizer uma coisa que não é real

a verdade dói
E mentiras mais ainda
Como eu posso te dar algo mais ?
Quando eu te amo um pouco menos do que antes

Mas estamos correndo de volta para o fogo
Quando não há mais nada a salvar
É como perseguir o último trem
Quando nós dois sabemos que é tarde demais
Tarde demais

Você não pode brincar com laços rompidos
Você pode não sentir nada
Que seu coração não quer sentir
Eu não posso te dizer uma coisa que não seja real

a verdade dói
E mentiras mais ainda
Como eu posso te dar algo mais
Quando eu te amo um pouco menos que antes
você sabe que eu te amo um pouco menos que antes

Deixe-me abraçá-lo
pela última vez
É a última chance de sentir de novo.
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James Morrison

4 de setembro de 2010

MEU ERRO

Eu quis dizer
Você não quis escutar
Agora não peça
Não me faça promessas
Eu não quero te ver
Nem quero acreditar
Que vai ser diferente
Que tudo mudou


Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria
Ah meu Deus era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais ...

Mesmo querendo eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais

Então não me chame
Não olhe pra trás


Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria
Ah meu Deus era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais ...

Chimarruts

31 de agosto de 2010

A VOZ DELE

Inconfundível,
Companheira de muitos momentos,
Felizes ou não,
Sempre amiga e reconfortante
Sedutora e Inebriante...
Sua voz é assim,
Me encanta, me acaricia,
Me alegra e me faz sonhar acordada,
São mimos, gracejos, carinhos e risadinhas,
Que me envolvem num abraço tão verdadeiro, tão real,
Parece que sinto seu cheiro,
Nas noites silenciosas sua voz me faz sentir,
A mais especial dentre as mulheres...
Quando as estrelas surgem no céu,
E as almas se recolhem num merecido descanso,
É que meu coração desperta a espera desse som...
Um timbre tão familiar,
Irresistivelmente doce...
Que me convida a ficar acordada,
Num sussurro que diz: “Olá meu anjo...”.

27 de agosto de 2010

O QUE É AMAR O OUTRO?!'

Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas!
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser!

26 de agosto de 2010

PONTO FINAL


Quebrei o aquário com o maior prazer do mundo. Eu matei os dois peixes, deu um pouco de dó da fêmea, ela demorou mais pra morrer. Mas, sinceramente? Não estou com pena deles. Peixes morrem todos os dias, assim como pessoas. Ciclos se encerram todos os dias, assim como o dia acaba, como o amor é destruído ou construído. Todos os dias. Quem sabe, essa não seja toda a emoção da vida, não é mesmo?
Depois rasguei o embrulho do pijama, e queimei. E a tesoura me foi útil na hora de cortar o pijama em pedacinhos irreconhecíveis. O pingente de sol deve estar em algum lugar da rua, já que eu joguei da varanda aqui de casa.
Depois as coisas na parede do quarto devem estar em alguma lixeira; notei a presença da mãe tirando os papéis do chão enquanto eu dormia. Espero, sinceramente, que ela não os tenha guardado.
E, eu acho que depois que eu surtar e tacar o celular do vigésimo andar e ter o prazer de vê-lo esmigalhado no chão, eu me sinta bem melhor. Melhor do que estou agora.
Sinceramente, achei que fosse estar pior. Mas, não. A vida é feita de escolhas. Ok, eu sei que isso é muito clichê; mas é a verdade. Quem sabe, a única verdade nisso tudo.
As coisas costumam passar na nossa frente, se exibindo, prometendo felicidade. E vai da nossa coragem querer pegar e ser feliz, ou não. Daí que tem pessoas que fazem questão de deixar passar, por simples covardia ou vai saber lá o quê. As pessoas surtam e decidem ferir as outras. Depois reclamam de não serem respondidos.
Eu lembro que um dia eu escrevi sobre livre arbítrio. E, depois de tudo, continuo tendo a certeza de que existe uma coisa pré-definida por trás do livre arbítrio, que nos faz tomar aquela decisão por ser exatamente aquela que devemos tomar. Pro nosso bem ou não, mas a gente acaba vivendo uma história que já está traçada, já está escrita, já foi determinada. Aí, basta a gente entender e aceitar tudo isso pra não sofrer mais que o necessário.
E aprendi que, sofrer no dia seguinte é idiotice. Se sofre no dia da dor, o dia seguinte é outro dia e esse dia segue.
Eu já tentei várias vezes me fazer de forte, dizer que eu era durona e que jamais me apaixonaria, ou sofreria, ou cairia na lábia de um idiota que tem um rei na barriga.
Eu sofri. Não nego. Me descontrolei, quebrei o que eu podia quebrar, xinguei o que eu podia xingar, taquei almofadas na parede, me joguei na cama e me chamei de burra, prometi nunca mais ver nem ouvir falar no nome, tomei comprimidos pra dor de cabeça, meu estômago ficou atacado e eu chorava e me contorcia de dor na cama. Depois fiquei até altas horas da madrugada sentada na varanda olhando a lua cheia. Ela estava maravilhosamente linda e o céu não poderia estar mais bonito. Tudo isso normal. Coisas normais que acontece com qualquer pessoa que se entrega, que tem coração, que ama. Que ama de verdade. Que entende o perfeito significado do amor descrito em Coríntios, e que insiste em cumprir tudo o que promete. Coisas normais de uma pessoa que não é movida pela emoção, e mesmo na emoção, fala coisas que tem certeza que vai cumprir. Coisas normais de uma pessoa que mudou e que quer ser feliz, muito feliz.
Mas, no dia seguinte, a pessoa continua sendo normal e a ferida pára de sangrar. Tá dolorida por ser tão cutucada, mas não sangra mais. Depois de uns dias, cicatriza e fica a marca. E não é vergonha carregar as marcas. Pior aquele que não se entrega por medo de sofrer e carregar marcas depois. Como ele vai viver e passar toda a alegria e dor que teve pra outras pessoas? Impossível aprender sem carregar marcas, marcas que pesam, que revoltam, e que as vezes nos faz sentir idiotas. Mas são marcas, e por mais feias que sejam, devem ser motivo de orgulho para quem as carrega.
E quando você se conscientiza que foi melhor assim e que todo mundo precisa ser feliz, e não vai ser mais uma decepção que vai te fazer parar, te fazer desistir, aí você consegue não sofrer mais pela pessoa, não sentir falta. O amor fica escondido em algum canto e depois se cansa de insistir e vai embora, mais ou menos no tempo em que a ferida vira apenas uma marca.
E, mesmo depois de tudo ontem, não me arrependo de absolutamente nada. Eu vivi, fui extremamente nobre em me deixar viver, mais uma vez, tudo o que eu tinha pra viver, com toda a intensidade possível. E como todos os outros, vira mais um texto pro meu blog, mais uma história pro meu livro. De tudo o que foi vivido, de tudo o que foi dito, pra isso serviu. Pra me inspirar a escrever.
Não significa mais nada, a não ser, parágrafos de um desses textos gigantes que eu costumo escrever sem ver a hora passar.
E tudo volta como estava. Você, sendo uns papéis perdidos na minha gaveta de cartas. E eu, pra sempre, presa em algum canto em você. Porque eu ainda acredito no ser humano, ainda acredito nos olhos, na verdade das palavras, e nem tudo aquilo foi em vão ou mentira. E quanto a você, eu liberto de algum canto onde você esteve preso em mim por tanto tempo, e me esqueço, pra sempre, do que você foi e representou. Pra sempre.
E deixo de cumprir a promessa de que mais ninguém seria suficiente. Sim, existe alguém suficiente. Suficiente só pra mim. Do meu jeito. Que não tenha medo e que saiba, sempre, o que sempre quis. E que nunca, nunca desista de mim.